sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2009 - 2010

Permito-me refletir um pouco sobre 2009:

Certamente, o pior ano da minha vida. Sem grandes motivos para comemorar.

Uma família que, apesar das condições financeiras razoáveis, vem se desmantelando a cada ano.

Uma mãe louca, de gênio difícil. Bi - po - lar. Explode por qualquer coisa. Incompreensiva. Ignorante. Hipócrita. Moralista. Mal amada. E certamente mal comida também.

Um pai bom e compreensivo, mas que é muito tolerante e às vezes se passa por bobo ou frouxo.

Meu irmão é o único que salva, porque, pelo menos, está correndo atrás do que ele quer.

Insucesso profissional. Fumo de todos os lados. Expectativas não atendidas. Incapacidade de atingir e lutar pelos meus objetivos. Cansaço mental. Desilusão do futuro.

Insucesso no amor. Com exceção dos dois relacionamentos sérios que eu tive, dos quais eu aprendi muita coisa e me estimularam a ir à frente, o último foi simplesmente um fiasco. Uma decepção total. Apesar de ter durado pouquíssimo, nunca fiquei tão desiludida e descrente do amor. Certamente, foi o vírus mortal do pessimismo incomensurável que foi transmitido para mim.

Depressão. Ansiedade. Angústia. Irritabilidade. Tudo junto e misturado, ora predominando um aspecto, ora outro. Certos lugares aguçam todo esse misto de sentimentos ruins, como o que estou atualmente: entendiante, hipócrita, sem graça, insosso, brega total. Também ultimamente nenhum lugar tem sido bom para mim. Deve ser eu quem estou amargaruda e descrente de tudo e de todos; logo, não vai ter lugar que seja aceitável de verdade.

Difícil viver nessa gangorra que se tornou a minha vida. O Lu é a única coisa bonita, fofinha que eu tenho no momento. E que me compreende. Tem também uma amizade especial, que eu procuro conservar de todas as maneiras. Procuro compreender e me esforço, ainda que não tenha vivido certas situações; procuro servir e me disponho a ajudar; procuro transmitir carinho; enfim, é a coisa mais estranha, mas ao mesmo tempo mais interessante que eu já vivi na minha vida. Sinto que sou capaz de muitas coisas por isso.

Toda essa loucura me contagia sobremaneira. Sinto que estou muito longe do meu eu verdadeiro. Ou não. Talvez esteja mais perto. Talvez eu esteja mais perto da minha essência blasé e melancólica. Esse é o tempo para viver isso.

De tudo isso, resta o aprendizado, a experiência, etc. Interessante, pois proporcionam uma visão de mundo diferenciada. Mas é difícil, muito penoso viver essa metade. A ponto de se questionar se vale a pena tanto sofrimento nessa vida...

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