segunda-feira, 19 de abril de 2010

Numa moto





"Preso nessa cela
De ossos, carne e sangue,
Dando ordens a quem não sabe,
Obedecendo a quem tem,
Só espero a hora,
Nem que o mundo estanque,
Prá me aproveitar do conforto,
De não ser mais ninguém.
Eu vou virar a própria mesa,
Quero uivar numa nova alcatéia,
Vou meter um "Marlon Brando" nas idéias,
E sair por aí,
Prá ser Jesus numa moto,
Che guevara dos acostamentos,
Bob Dylan numa antiga foto,
Cassius Dlay antes dos tratamentos,
John Lennon de outras estradas,
Easy Rider, dúvida e eclipse,
São tomé das letras apagadas,
E Arcanjo Gabriel sem Apocalipse.
Nada no passado,
Tudo no futuro,
Espalhando o que já está morto,
Pro que é vivo crescer,
Sob a luz da lua,
Mesmo com sol claro,
Não importa o preço que eu pague,
O meu negócio é viver,
Sob a luz da lua...
Mesmo com sol claro...
Preso nesta cela..."

Sá, Rodrix e Guarabira

sábado, 17 de abril de 2010

Bem a calhar

Abro o facebook e adivinhem com o que me deparo?


"O homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado
E sujo.
Tentou sair da angústia
Isto ser: Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no lixo.
Lixo.
Ele queria amanhecer."

(Manoel de Barros)



"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo
sabe que a qualquer momento ...
ele pode voar "

Rubem Alves

Migalhas





Por que as coisas não são mais simples?

Por que não amo quem me ama? Seria tão mais simples...

Mais uma vez, sinto que minha vida são os desencontros nos encontros...

As pessoas certas nas horas erradas. Não dá simplesmente para forçar um gostar. Ninguém manda no coração. É isso que me angustia.

Para complicar o meio de campo, tem sempre um terceiro elemento, um estranho nisso tudo. Preciso aprender a separar as coisas do mundo de hoje - sentimentos e atração, sentimentos e paixão. E preciso logo pq tenho a impressão que vou me ferrar ainda com isso.

Por fora, eu tento manter uma imagem impassiva, uma imagem de mulher forte, bem resolvida, acostumada com esses lances modernos... Mas por outro, eu estou morrendo de medo de me apegar, de me apaixonar, de me deixar envolver por tudo isso....

Não quero ser feita de boba. Ser usada e jogada fora.

Não posso me contentar com as migalhas. Não quero as sobras para mim.

Eu mereço alguém pleno e que corresponda aos meus sentimentos e vice-versa. Se não for assim, não pode ser. Não há concessões e transações nessas áreas. Tenho de aprender a não ceder.

É, de fato, ninguém é de ninguém.... Só temos a nós mesmos e a DEus.


P.S.: Quando fui procurar uma imagem adequada a esse post, acabei descobrindo um ouytro blog e achei esses dizeres. Ainda bem que eu não sou a única que sofre desse mal....


PáraDe fingir que não repara

Pára de achar que é assim
Pára de achar que é normal

Pára de aceitar o pouco
Pára de aceitar o NADA

Eu quero o inteiro
Eu quero a ligação
Eu quero resposta à minha mensagem
Eu quero, e isso não é querer demais


Disponível em http://ozdravljenje.blogspot.com/2009/01/saia-dessa-vida-de-migalhas.html

domingo, 11 de abril de 2010

Dúvidas

Bem, nesse blog tem vários posts com"D": Desabafo, Desalento, Desejos... E agora: "Dúvidas". Sim, eu poderia escrever um dicionário com os verbetes iniciados por "D".

De qualquer sorte, a Dúvida sempre existiu em minha vida, em especial nos últimos anos. Esse blog nasceu de uma explosão de dúvidas existenciais. As respostas podem até se mostrar durante algum tempo, mas a Dúvida estará sempre lá. Na saúde e na doença; na dor e na alegria... Devo ter selado algum pacto inconsciente com essa entidade.

Sempre ouvi que a gente tem que amar quem nos ama. Não sei até onde isso pode ser factível. Eu gosto, tenho um bem-querer, um carinho, mas não amo. Há certas compatibilidades de objetivo de vida, profissional, familiar e até religiosa. Mas falta algo que não sei explicar muito bem. Só sei que o efeito é o de um vazio.

Posso tentar descrever esparsamente algumas coisas que se passam em mim:
É uma solidão que sinto, embora cercada de pessoas.
É uma falta não apenas de alguém material e fisico, mas principalmente de ideias. Sim, eu preciso de ideias para viver. Nem só de pão vive o homem.
É uma cumplicidade que não existe nesse relacionamento, do tipo você olhar para pessoa e saber o que se passa dentro dela.

Então, devo insistir num namoro agradável, cômodo, mas no qual a paixão já começa a falhar? Tento ir adiante e me esforço mais para amar, dando um voto de confiança a esse namoro?
Devo seguir adiante nesse relacionamento pela comodidade e esquecer esse algo que eu tanto procuro e não sei bem o que é?
Devo continuar procurando esse algo?

Esse "algo" nem sei se existe. É apenas uma utopia, algo que existe na minha cabeça por enquanto. Ou para sempre.
E esse "algo" é sempre associado a um relacionamento inexistente. Só eu devo viver isso. Sozinha. Sem parceiro nessa estrada.
Devo continuar tendo delirios de insanidade com uma pessoa que na realidade não é como na ideia que tenho sobre ela? Devo continuar me agarrando nesse ideal que pode estar me bloqueando para outros sentimentos e pessoas?

Ou simplesmente esqueço tudo isso que me aflije e me deixo levar pela estrada da vida?!