- Saber o que estou sentindo e
- Traduzir em palavras....
Ótimo. Ou seja, uma tarefa quase impossível essa.... Nessas horas eu sempre recorro a alguma referência.... Uma referência literária, em especial poética... Quem sabe alguém não viveu o que vivo nesse momento?
"Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve...- mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída das montanhas dos instantes desmancha todos os mares e une as terras mais distantes...- palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes, entre os ventos taciturnos, apago meus pensamentos, ponho vestidos noturnos,- que amargamente inventei. E, enquanto não me descobres, os mundos vão navegando nos ares certos do tempo, até não se sabe quando...e um dia me acabarei."Timidez - Cecília Meireles
Pois é... Me sinto um pouco assim. Como se tudo dependesse de uma palavra, um SIM.... E de um gesto, um pequeno gesto de minha parte. Palavra que não digo e gesto que não faço, apesar de ter a consciência de que poderiam muito em seus efeitos.
Mas a questão que se coloca não é "E AGORA, JOSÉ?", mas "POR QUE, JOSÉ? Posso dizer que por timidez, como Cecília, não é... Poderia ainda fazer um milhão de conjecturas, mas tem algo que resume tudo: MEDO.
O medo me paralisa, me põe em suspenso, quando não me derruba... O bichinho sabe direitinho como me ferrar....
Medo de ir, medo de ficar...
Medo de ir e não dar certo... Medo de ficar e não dar certo...
Medo de retroceder ainda mais....
Medo de ficar longe das pessoas que gosto...
Medo de me sentir só....
Medo do que foi o passado, Medo do presente e Medo do que será no futuro...
É muito M.... Não é à toa que Medo tem a mesma inicial e o mesmo cheiro que Merda....
Quando a gente cresce, infelizmente se desfazem as ilusões fantásticas.... Infelizmente você acaba constatando que o amor não é tudo em qualquer relação... Ainda mais quando o amor habita um ser picasseano como eu ....
Como já pude perceber, o amor humano é diferente do amor divino... E nós, humanos, vivemos sob condições, sob limitações, sob a nossa humanidade, oras... E a minha atual metade picasseana de humanidade é de medo.
Ainda podem vir com um papinho daqueles que se escuta por aí, de que é melhor se arrepender do que se fez do que daquilo se fez... E mais uma vez, eu ouso discordar!
Pergunte a alguém arrependido de alguma ação se ele não gostaria de voltar atrás e apagá-la?
Depois de muitas atitudes supostamente fundadas em amor, carinho, paixão e planos, vêm quedas e desilusões que demoram uma vida inteira para serem superadas... Tanto que não valem o preço do risco ou do prazer temporário...
Da experiência, ficam apenas as lições e os ensinamentos... Mas, se é assim, prefiro aprender de outro jeito? Quem sabe à distância??!
E, Chico, o que [i]"Será, que será? O que não tem certeza, nem nunca terá! O que não tem concerto, nem nunca terá! O que não tem tamanho..."[/i]
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