sábado, 26 de dezembro de 2009

Simplicidade




Quando eu era uma menininha, coisas da infância me preenchiam completamente. Doces, balinhas e bonecas eram componentes mágicos do meu mundo encantado.

Quando era moleca, ver meus desenhos preferidos, desenhar, ir à sorveteria faziam o meu dia. Era tão bom quando a vovó fazia uns bolinhas de chuva e todas aquelas outras guloseimas que eu gostava. E eu a tinha só para mim.

Na adolescência, qualquer reunião com as amigas, ida à patinação ou ao cinema, qualquer passeio na praça da cidade onde meus avós moram faziam minha cabeça.

A vida era simples, descomplicada e feliz.

E hoje? O que me satisfaz? Eis uma pergunta de resposta difícil. Um tanto restrita.

Não sou mais uma menininha., nem uma adolescente. Não me contento mais com docinhos, balinhas, brincadeiras, programas sociais.

Também não me satisfazem esses programas típicos de adultos: altas baladas, azaração, etc. Talvez um bar com uma boa bebida, com alguma música sirva de vez em quando para aliviar minha solidão e para me relaxar. E só.

Talvez as únicas coisas que me dêem um pouco de prazer são escrever, escutar música e cuidar do meu cachorro. Nem nos livros que eu tanto amava tenho achado as respostas que procuro.

Por que as coisas não podem ser mais simples?

Por que eu não sou descomplicada?

Onde está aquela que vivia com gosto essas coisas tão triviais?

Eu penso que se eu vivesse uma vida mais simples, baixando meu padrão de exigências e de criticidade, eu seria mais feliz e me sentiria menos excluída. Não sei onde eu perdi minha simplicidade. Certamente, ficou em algum lugar do meu passado. Nem no presente e nem no futuro está a simplicidade que eu tanto almejo. Infelizmente.

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