quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lágrimas da depressão

Chegou a mim esse bonito e esperançoso texto de Letícia Thompson. Não a conheço, mas tenho certeza que ninguém conseguiu exprimir tão bem em palavras essa chaga. A par de achar que a vida não é tão bela assim, espero um dia voltar a ter um pouco mais de otimismo e fé no amanhã...

"Por ser uma doença tão incompreendida é que muitos evitam falar. Quem não experimentou, não sabe o que significa não ter forças emocionais para abrir a janela para ver o sol.

O depressivo busca refúgio no isolamento, ele não se sente abandonado, abandona-se, desiste de si, de uma certa forma.

Há pessoas que choram seu destino, mas ao depressivo isso não acontece, pois se chora é porque não consegue ver destino, nem bom, nem ruim, apenas um vazio instalado a alguns metros dos seus olhos.

Falta vontade pra levantar, pra andar, pra sair, pra viver... a única vontade que sobra é a de dormir, pois esta não pede esforço, não exige ajuda e não obriga ninguém a enfrentar o dia.

Na depressão só as lágrimas são companheiras, pois vêem sozinhas e ficam juntas sem tentar consolar e sem fazer perguntas ou exigências. Elas ficam, simplesmente, presentes.

Que a vida é bela eu sei! Ela é bela para quem ri e para quem chora, para quem espera e para quem desespera. Ela é bela quando é noite, quando é dia, quando a chuva canta na janela e os ventos assobiam estranhas canções.

Mas a beleza da vida não é atrativo bastante para encher uma alma de querer, para injetar nela a vida e novas perspectivas. É preciso mais, muito mais que a luz do dia ou a suavidade de uma flor para dar a uma pessoa o desejo de se levantar e recomeçar o caminho.

É difícil buscar forças quando já utilizamos todas as reservas possíveis, mas é exatamente esse o momento de dirigir-nos a Deus, pois se nossas forças físicas parecem mortas, nosso pensamento está bem vivo.

E é quando abandonamos completamente nosso desejo ao desejo de Deus que nos tornamos mais fortes.

Que o depressivo não pense que chegou ao fim do caminho, ele apenas fez uma parada. Há ainda muita estrada pela frente, novas perspectivas e novos horizontes.

Quando Deus toma a direção das nossas vidas é que as janelas começam a se abrir, que nosso coração bate um pouco mais apressado e começamos a encontrar as soluções para o que antes parecia perdido.

Podemos atravessar a dolorosa estrada da depressão, mas chegaremos ao fim dela, pois se sozinhos nos sentimos, sós já não estamos.

A vida continua linda, continua bela. E se já não sabemos mais olhar, Deus nos ensina como abrir os olhos. "


Letícia Thompson

sábado, 26 de dezembro de 2009

Simplicidade




Quando eu era uma menininha, coisas da infância me preenchiam completamente. Doces, balinhas e bonecas eram componentes mágicos do meu mundo encantado.

Quando era moleca, ver meus desenhos preferidos, desenhar, ir à sorveteria faziam o meu dia. Era tão bom quando a vovó fazia uns bolinhas de chuva e todas aquelas outras guloseimas que eu gostava. E eu a tinha só para mim.

Na adolescência, qualquer reunião com as amigas, ida à patinação ou ao cinema, qualquer passeio na praça da cidade onde meus avós moram faziam minha cabeça.

A vida era simples, descomplicada e feliz.

E hoje? O que me satisfaz? Eis uma pergunta de resposta difícil. Um tanto restrita.

Não sou mais uma menininha., nem uma adolescente. Não me contento mais com docinhos, balinhas, brincadeiras, programas sociais.

Também não me satisfazem esses programas típicos de adultos: altas baladas, azaração, etc. Talvez um bar com uma boa bebida, com alguma música sirva de vez em quando para aliviar minha solidão e para me relaxar. E só.

Talvez as únicas coisas que me dêem um pouco de prazer são escrever, escutar música e cuidar do meu cachorro. Nem nos livros que eu tanto amava tenho achado as respostas que procuro.

Por que as coisas não podem ser mais simples?

Por que eu não sou descomplicada?

Onde está aquela que vivia com gosto essas coisas tão triviais?

Eu penso que se eu vivesse uma vida mais simples, baixando meu padrão de exigências e de criticidade, eu seria mais feliz e me sentiria menos excluída. Não sei onde eu perdi minha simplicidade. Certamente, ficou em algum lugar do meu passado. Nem no presente e nem no futuro está a simplicidade que eu tanto almejo. Infelizmente.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vida seca


O calor faz secar as pastagens mais verdejantes.

O calor faz desidratar o corpo até o último gota.

Minha vida também está ressequida, despida de vida. Mas ao contrário dos corpos e das pastagens, não é pela presença marcante do calor. É pela ausência dele.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Minha Pasárgada




Será que sou realmente um Caim? Preciso ser sempre demonizada dessa forma?

Não, não preciso de mais julgamentos. Não preciso de ninguém mais apontando o dedo para mim. Não preciso que me digam o quanto eu peco, como peco e o que me leva ao pecado. Não preciso que me inflinjam mais medo, temor e outros sentimentos negativos. E sobretudo que me encarcerem ainda mais na culpa.

Estou cansada de tanta indireta e de gente tentando justificar seu comportamento num púlpito sob a legitimidade divina. Quem são vocês para falarem em nome de Deus?

Será que devo me sensibilizar com tudo isso? Eu sinto que algumas respostas não fazem mais a minha cabeça. Preciso de novas fórmulas e outros caminhos, se é que eles existem de fato.

Quero ir embora daqui. Quero ir para minha Pasárgada. Eu só quero esse lugar de refrigério para minha alma cansada, culpada, carregada de preocupações e frustrações. Um lugar verdejante, cheio de claridade do sol. Um lugar que sacie minha fome e minha sede.

Se alguém conhecer o caminho de Pasárgada, por favor, me avise.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Eu em Clarice

Eu sou o que o momento me permite ser. E quem eu mesma me permito.

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo".

I´m a multiple-faced girl.
"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar".

É isso.
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".

Ah! Tem mais:
"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar".

(Clarice Lispector)

sábado, 5 de dezembro de 2009

Desalento




Um marasmo.

Uma apatia.

Um imensa sensação de vazio não preenchido. É como se meus sentimentos fizessem eco dentro de mim tamanho o vazio.

Uma incapacidade de enxergar as coisas todas de uma ótica mais positiva. Resultado de tanta amargura e insatisfação aglomeradas.

Uma solidão como nunca senti antes. Falta de pessoas nas quais realmente possa confiar. São escassas nesse mundo.

Um cansaço injustificado.

Um desencanto com situações, pessoas e instituições. A falta de fé em mim mesma e no meu futuro....

Quando a gente chega nessa estágio, só um milagre pode nos salvar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Lei da vida é a espera




Será que estou condenada a viver na mesmice, olhando a vida alheia passar enquanto a minha está paralisada?

Eu estou sempre esperando... Esperando, esperando, esperando... Já disse isso outras vezes. Essa é a lei da minha vida.

Por que as coisas que eu espero simplesmente não acontecem? Será que é porque eu as desejo tanto que elas fogem de mim?


"Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando

Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando prá trás
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol esperando o trem, esperando aumento desde o ano passado para o mês que vem

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval

E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro, esperando um filho prá esperar também

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém

Pedro pedreiro tá esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar, mas prá que sonhar se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás, quer ser pedreiro pobre e nada mais, sem ficar
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também
Esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
Que já vem...
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem"

(Chico Buarque)

Gauche X Droit




Qual o sentido da vida?

Para o que eu vim ao mundo?

Ouço a resposta baixinho no meu ouvido: acho que nasci para ser gauche na vida. Parece que é para isso que tenho algum talento e disposição.

Vi uns índios num programa de TV. Tive vontade de me mandar para los cafundós para nunca mais voltar... Ao menos lá, não devem ter regras sem sentido e pressões injustificadas. Mas... A lua também serve como refúgio.

É, ser droit, além de muito trabalhoso, é sacal. E eu estou mesmo querendo é evitar a fadiga, como diria o carteiro de Tangamandápio.

domingo, 29 de novembro de 2009

Plenitude




Sabe de uma coisa? Estou com sede de uma vida plena.

Quero uma vida só minha... Uma história própria, que eu mesma escreva. Uma história em que não haja gente falsa, gente negativa, gente nociva e gente que não saiba amar...

Não quero mais tentar me encaixar na minha vida de ninguém. Implorar para que me deixem entrar, para que me deixem ficar, pedir adaptações, etc. Existe uma grande diferença entre ter um lugar reservado, especial para mim e ter de criar, abrir um novo espaço que se adapte a mim.

Quero a minha vida com toda a plenitude que possa ser alcançada.

Quem tem razão é a Rita...


"Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto a você

E em tudo que eu faço
Existe um porquê

Eu sei que eu nasci
Sei que eu nasci pra saber

E fui andando sem pensar em voltar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar
Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu

No ar que eu respiro, uu
Eu sinto prazer

De ser quem eu sou
De estar onde estou

Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você, aaa...
Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você, au!"

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões
De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar mais de mim!


Como vai, tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!"


(Rita Lee / Roberto Carvalho)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O ciclo tarda, mas não falha...



Eu sabia que um dia o ciclo da vida viria cobrar essa fatura. E agora eu pago essa conta altíssima pelo meu atraso no viver a vida, no viver cada fase tal como tem de ser. Nesse processo todo, é inevitável ver correr o tempo....

Sabe, quando eu entrei na adolescência, queria ser muito madura, muito adiantada para meu tempo. Resultado: bitolei. Comecei a namorar muito cedo. Assumi um relacionamento que deveria ser apenas para experimentar, para ver como era, como algo sério e definitivo em minha vida. Pura pressão social. Hoje eu vejo isso.

Foram mais de 7 anos. Felizmente, eu acordei e vi que havia um corte abissal que separava nossos mundos. Não vou dizer que eu não aprendi nada. Mas foram anos e anos em relação aos quais posso afirmar que, no campo das emoções e relacionamentos, foram pouco produtivos. Estáticos. Mórbidos. Como se tivesse deixado de viver mesmo.

Isso se manifestou em todos os outros relacionamentos amorosos que eu tive. De maneira mais forte no relacionamento de quase 4 anos que tive. É como se eu quisesse ser uma AMÉLIA para esses poucos homens que "tive", a mulher perfeita, que faz tudo, entende de tudo, conversa de tudo, sara todas as feridas e oferece um ombro amigo sempre que necessário. Não sei se sempre eu consegui isso, mas, no fundo, era sempre o que estava no meu coração. Inconscientemente.

Mas, chegou um momento que não consegui levar adiante isso. Desmoronei. Pirei no nº3. E nunca mais achei meu rumo....

Junto disso vêm outras questões. P.ex. desde muito cedo, me senti compelida a fazer uma escolha de religião, de crença. Não é a crença em si que bota medo; é o jeito das pessoas a encararem que põe tudo a perder. E eu, mais uma vez, movida por essa "vibe", me senti na obrigação de ser modelo nessa seara, assumindo cargos de responsabilidade, querendo ajudar a mover as engrenagens desse sistema. Muitas vezes, até de maneira solitária.

Na questão intelectual, então, isso é ainda pior. Não adianta. Eu sou assim mesmo. Mas, quando eu estava no ginásio, eu me desapontava comigo mesma porque não havia tirado uma nota máxima. Uma vez, cheguei a ficar doente porque não me sentia preparada para enfrentar a prova e tirar 10. Quantas vezes eu chorei, me descabelei por essas questões. E as coisas vão tomando uma proporção maior à medida que você avança para o mundo adulto. Vocês podem imaginar como não foi meu período de vestibular, como não foi cada prova na faculdade, etc, etc. Claro que eu não podia me exigir o mesmo grau de perfeição dos tempos primários, porque se assim fosse, nem aqui eu estaria para fazer essa análise. O meu nível de exigência baixou um pouco, p.ex. não me sentia na obrigação de tirar a nota máxima, mas ainda assim, de ser uma das melhores alunas da sala.

Hoje, isso se repete. No mundo feroz dos concursos, eu esperava que iria passar logo. No meu primeiro concurso a sério, eu cheguei bem próximo disso. E não passei. EU NÃO PASSEI. Essas palavras têm um peso absurdo para mim... Muitos fracassos. Quase nada ou nada de sucesso nessa seara. E aqui estou hoje meio que parada, inutilizada, tentando achar meu papel no mundo.

Escutei minha mãe dizendo esses dias ao meu pai: "Que USP, que nada. De que isso adiantou?". De fato, de que isso adiantou? Lembram-se dos mais felizes e equilibrados na vida ou dos mais bitolados?

Outro dia também, ao telefone, ela disse para alguém mais ou menos isso: "Meu filho, em quem eu não punha muita fé, me saiu um homem de caráter, de fibra, maduro, etc. Já minha filha, em quem apostávamos todas as fichas....". Em outras palavras, a promessa do sucesso não se concretizou. Malogrou.

É engraçado isso. A garota que tinha certeza de tudo não tem mais certeza de nada. Eu evitei a dúvida e hoje ela me persegue. TENHO CULPA...


Por que é que eu quero demonstrar tanta perfeição para as pessoas?
Por que eu quero ser modelo de tudo?

Vejam vocês que eu tenho um problema com a perfeição: eu não sei administrá-la. No afã de persegui-la, eu não vivi várias coisas que deveria ter vivido; não passei por várias fases naturais...

Essa vontade de ser superior me afastou das pessoas. Tanto isso é verdade que eu não sei se tenho amigos de verdade. Tenho sim vários conhecidos, contatos, pessoas com as quais eu me divirto, dou risadas, troco algumas ideias. Nada mais do que isso. Eu não conheço o significado da palavra AMIGO, porque eu nunca tive quem fizesse esse papel para mim.

Acima de tudo, EU NÃO APRENDI A PERDER. EU NÃO APRENDI QUE A MORTE FAZ PARTE DO CICLO DA VIDA, ASSIM COMO OS FRACASSOS DO CICLO DO SUCESSO. E hoje, o fantasma do perfeccionismo vem me assolar.

De onde vem essa necessidade de querer parecer um prodígio? Um milagre da natureza?
O perfeccionismo fez explodir a minha panela de pressão interna. Explodi nos relacionamentos; explodi no intelecto; explodi na vida. E hoje eu estou aqui, juntando os caquinhos. E ao me reconstruir, aos poucos eu me desconstruo.... E vou me virando do avesso. E me tornando cada vez mais ASSIMÉTRICA.


Às favas com AMÉLIA.
Às favas com garotas prodígios. Pequenos Einsteins da vida.
Às favas com essa perseguição infindável do SUCESSO.

Perfeccionismo é coisa de menininha tocadora de piano, como dizia o grande Nelson Rodrigues. Às favas com o perfeccionismo!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Somos quem podemos ser.. Sonhos que podemos ter...




Amo essa letra dos Engenheiros do Hawaii.


"Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos
Às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração...

A vida imita o vídeo
Garotos inventam
Um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...

Um dia me disseram
Quem eram os donos
Da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem
Essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro, ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum...

A vida imita o vídeo
Garotos inventam
Um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...


Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção
Quem ocupa o trono
Tem culpa
Quem oculta o crime
Também
Quem duvida da vida
Tem culpa
Quem evita a dúvida
Também tem...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter..."

Florais





Olha o que a minha médica homeopata/acupunturista me passou para tomar.
Vamos lá....:


* HOLLY - (Ilex Aquifolium)
Para estados de sensibilidade excessiva a influências e opiniões. Para qualquer estado emocional negativo, sentido intensamente: ciúme, raiva, ódio, inveja, ambição desmedida, agressividade, entre outros.

MATÉRIA MÉDICA REPERTORIAL
Desaforos; Afrontas; Atormentado por ciúme; Insatisfeito com a vida por inveja; Desejo de vingança; Ódio por via de ciúme; Ciúme patológico; Sensível a insultos; Desejo de violência; Desconfiado; Ambição descontrolada.


* IMPATIENS (Impatiens Grandulifera)
Para estados de solidão. Indicado para pessoas impacientes, que preferem trabalhar sozinhas para não terem de suportar a lentidão dos outros. De qualquer modo, querem sempre fazer tudo rapidamente e exigem o mesmo dos outros.

MATÉRIA MÉDICA REPERTORIAL
Impaciência e irritabilidade; Prefere trabalhar sozinho a trabalhar em grupo, para poder determinar o seu ritmo; Pressa; Pensa e fala rapidamente; Antes de começar um trabalho, já o queria ver terminado; Trabalha ou executa tarefas debaixo de uma tensão intensa; Hesita muito pouco; É capaz e muito eficiente; Detesta perder tempo; Os outros parecem-lhe demasiado lentos; Tem tendência a apressá-los, sem condescendência; Tem autoconfiança; Não gosta de companhia; Esforça-se de modo violento, de molde a que os outros ficam incapacitados de o acompanhar, o que o irrita; Violento.



* STAR OF BETHLEHEM (Ornithogalum Umbellatum)

Para estados de desalento ou desespero. Para casos de choque traumático, más notícias, perda de entes queridos. Também para aqueles que num determinado período da sua vida, se recusam a ser consolados.

MATÉRIA MÉDICA REPERTORIAL
Trauma recente ou antigo; Angustiado por más notícias; Choque traumático; Acidente; Susto; Luto; Recusa em ser consolado; Agrava os seus sintomas o facto de ser consolado; Depressão; Tristeza.


* OLIVE (Olea Europaea)
Para estados de falta de interesse pelas circunstâncias actuais. Para os que sofrem de total exaustão física e mental. São pessoas tão esgotadas, que lhes faltam as forças para fazer seja o que for. Carência de energia vital.

MATÉRIA MÉDICA REPERTORIAL
Exaustão física e mental; Exaustão por excesso de trabalho; Exaustão por doença prolongada; Não tem nenhum ou quase nenhum prazer na vida; Fadiga extrema; Grande necessidade de dormir; Está tão exausto que não se consegue interessar por nada.

Fonte: www.josemaria.blosgpot.com



Espero que resolva. Tem sido dias difíceis.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Quem sabe faz a hora não espera acontecer



Cansei da monotonia. Cansei da letargia. Cansei das reclamações da vida: que a vida é uma merda, que a vida é isso ou a vida é aquilo. Cansei do mau-humor. Cansei da fossa.

Cansei da minha vida tal como está. Muito claustrofóbica. Parece que vivo num regime de semi-liberdade. A verdade é que eu contribuo em muito para ela ser assim. Preciso sair mais. Me divertir mais. Rir mais. Viajar mais. Dormir menos. Dar um grande foda-se para tudo. Liberar mais endorfina.

Não quero mais esperar. Eu não sei ao certo pelo que espero.
Esperar o quê? Um scrap. Um email. Uma atualização de blog. Um sinal mínimo de afetividade. Uma migalha que cai da mesa. Um aceno de felicidade. Algo que talvez só esteja na minha fértil imaginação. Uma varinha de condão. Pautar a vida nesse mundo virtual e dessa forma é pura sandice.

Esperar por quem? Alguém que nunca virá como eu imagino. Alguém que não está nem aí para mim ou para a vida.

Não, não, não. É desperdiçar muito por tão pouco. Felizmente, estou superando o complexo de Cinderela.... Não quero depender de ninguém para ser feliz. Quero ser auto-suficiente apenas em Deus.

Preciso fazer a minha parte, porque a vida está passando e sinto que disperdicei grande parte dela com essas lamúrias e com essas esperas.

Chega! Quem sabe faz a hora não espera acontecer...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Auto-sabotagem



Muito bem. Parabéns para mim. Mais uma vez eu consegui me superar... Me auto-sabotei novamente no que diz respeito a concursos. Esqueci de mandar a porra da documentação do concurso para o RJ, depois de ter pago o valor. Inscrição indeferida. Perfect!

Deixei uma passagem aérea vencer também. Não viajei, não aproveitei nada e não resgatei o valor. Great! Toca ouvir minha mãe falar no meu ouvido.

Embora eu esteja melhor (sim, eu consigo sair da cama, pelo menos), sinto que a confusão mental ainda tenta me pegar. Estou tentando manter a calma e a serenidade, mas sinto que vou surtar a qualquer tempo. É muita pressão e cobrança. Sei lá, talvez isso não exista e eu esteja enxergando coisas que não existem em todos os lugares.

Sabe, estou precisando urgentemente de uma analista. Meu alarme de autosobrevivência está disparado, soando aos meus ouvidos incessante e insuportavelmente. Preciso me ver livre das coisas que complicam minha vida. Infelizmente, não posso ajudar ninguém nesse momento. Não quero compreender. Não quero esperar. Não posso. Não quero me envolver. Preciso cuidar de mim e da minha cuca antes que elas fundam. De novo...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Tempo

Salvador Dali - Tempo


O Tempo é um negócio impressionante. É quase uma entidade criada por Deus, com autonomia própria e poderes mágicos. E é bem capaz que o danado do Tempo não seja linear mesmo... Deve ter criado realidades paralelas, nas quais uma mesma pessoa viva múltiplas possibilidades de ação/reação...

Será que tem uma outra Gita sorrindo, vivendo um momento de plena felicidade, numa realidade X ?
Será que tem uma Gita mais triste numa realidade Y?
Será que na realidade Z, Gita está enroscada no corpo do seu amor, cochilando entre a bagunça dos lençóis?

Não sei.... Nessa realidade aqui que vivemos, Gita não está triste, nem feliz; esá num momento de êxtase reflexivo.
Gita está um pouco alta com as 2 latas de cerveja que bebeu.
Gita está tendo altas sacadas e uns pensamentos como esse e refletindo sobre tudo o que vivenciou hoje. Está pensando também no que viveu na última semana.
Tudo isso no embalo de uma música maravilhosa, do Ney Matogrosso que se chama "Novamente":


"Me disse vai embora, eu não fui
Você não dá valor ao que possui
Enquanto sofre, o coração intui
Que ao mesmo tempo que magoa o tempo
O tempo flui
E assim o sangue corre em cada veia
O vento brinca com os grãos de areia
Poetas cortejando a branca luz
E ao mesmo tempo que machuca o tempo me passeia

Quem sabe o que se dá em mim?
Quem sabe o que será de nós?
O tempo que antecipa o fim
Também desata os nós
Quem sabe soletrar adeus
Sem lágrimas, nenhuma dor
Os pássaros atrás do sol
As dunas de poeira
O céu de anil no pólo sul
A dinamite no paiol
Não há limite no anormal
É que nem sempre o amor
É tão azul

A música preenche sua falta
Motivo dessa solidão sem fim
Se alinham pontos negros de nós dois
E arriscam uma fuga contra o tempo
O tempo salta"



Deus deve olhar lá de cima e se rir com as coisas que nós, suas criaturas, pensamos... Eita criaturinha frágil...

Someday we´ll know...




"E acabamos por achar que (tempo e morte) decidiram bem porque o mais fácil de resolver é sempre o não resolver ..."
(Vergílio Ferreira)


Porém, acho que nesse caso, o tempo, o breve tempo se encarregou de me mostrar as coisas e decidir.

O coração da gente diz coisas baixinho, quase num sussurro. Só quando a alma está em paz, somos capazes de ouvir os ensinamentos da "Mulher Selvagem". E por que a gente teima em ir em frente?

Poderia ser um instinto autodestrutivo que nos move rumo aos desfiladeiros, teimando em nos empurrar lá de cima.

Mas, poderia pensar num instinto de vida também, que nos impulsiona a ter certas experiências a vivenciar certos fatos em busca do pulsar dos sentimentos e das emoções..

Não tenho respostas para essa pergunta. Apenas conjecturo. É o que melhor sei fazer na minha vida.



Someday we´ll know...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Momento Clarice Lispector



Sou quem eu me permito ser. Nesse momento, quero ser Clarice Lispector...

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo".

I´m a multiple-faced girl.
"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar".

Ah! Tem mais:
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".

É isso.
"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar".

(Clarice Lispector)

domingo, 25 de outubro de 2009

Conflitos

figura de Gabriel Ferreira.


Há um tempo que gostaria de ter escrito aqui no blog sobre novos acontecimentos da vida. Para alguém que vivia a vida em "STOP" ou, no máximo, em "SLOW MOTION", eu sinto que evoluí. Ou melhor, a realidade ao meu redor tem se modificado, fazendo-me levantar logo cedo, com a cabeça a mil, pensando nas muitas coisas que tenho a fazer no dia.


Eu amo essa agitação para falar a verdade. Estava sentindo falta dessa adrelina na minha vida. Trabalho, vida acadêmica, turbilhões da vida amorosa.... Há quem reclame de tanta coisa por fazer e de tantas emoções que são sentidas ao mesmo tempo, mas eu tenho de agradecer.


Iniciei a pós e já tenho um milhão de livros e artigos para ler.


Assumi algumas aulas temporárias numa faculdade. Não importa! É gratificante falar, ensinar, expôr ideias... Eu cheguei à conclusão de que amo a academia e não posso viver muito tempo longe dela.


Comecei a trabalhar em alguns projetos de consultoria. Nunca pensei que viria a ter contato com isso, na verdade, mas estou achando muito bom. Eu precisava ventilar o ar rarefeito da minha experiência profissional até então muito focada. E, acima de tudo, eu precisava respirar novos ares, pois a idéia do estudo para concurso como única ocupação da minha vida, estava me deixando no limite entre a razão e a loucura.


E, por fim, novos desafios se colocaram na minha relação amorosa. Como é bom saber que Deus está no comando e de exercitar a minha até então enferrujada capacidade de lidar com conflitos. Mesmo que eu não me sinta na minha melhor forma para isso, como é bom sentir que começo a lidar melhor com os conflitos, que me sinto mais racional....


Sabe qual o nosso problema? Pode parecer um pouco filosofia de botequim, mas é a conclusão inevitável com a qual todos os que querem ter contato com a verdade das coisas se deparam algum dia na vida: nós somente enxergamos os conflitos como enfermidades, algo a ser sanado e extirpado pela raiz de nossas vidas. No fundo, todo o esforço que nós fazemos é para aparar as ervas daninhas dos conflitos que nascem em nosso solo, de modo a deixá-lo plano, viçoso e saudável. Colocamos a lente de um mundo tingido por cores alegres e quase nunca tiramos esses óculos...


Mas, na verdade, isso só está no imaginário humano. O mundo é tingido por preto, cinza e suas variações e esse é um fato que devemos encarar. Uma vida sem conflitos é como uma não-vida. O conflito está aí. Fazemos de tudo para nos livramos dele, mas a ele não precisa ser atribuída uma conotação cancerígena. Pode ser que ele nos leve a morte, mas a própria morte faz parte do ciclo da vida.


É preciso deixar conflitar valores e sentimentos em nós,...

É preciso deixar morrer muitas coisas...

É preciso enfrentar o luto e chorar cada lágrima que temos para chorar...

É preciso sofrer a intensidade das dores da morte...

É preciso se despedir e se despreender...


Tudo isso para que um novo ciclo se inicie em nossas vidas.

Para que a gente enxergue o nascer e o pôr do sol de maneiras diferentes das que víamos...

Para que mudemos as lentes através das quais enxergamos o mundo...

Para que a gente intensifique o amor ou passe a amar de uma forma inédita...

Para que a gente encare as coisas que até então nos amedrontavam...


E então, sentiremos novas dores; choraremos por outras coisas, apegaremo-nos temporariamente a sentimentos, coisas e situações diferentes... E um novo ciclo se deflagrará.


Qual a graça de viver se é para a gente viver sempre e do mesmo modo as mesmas coisas?!


Hoje, apesar de todos os conflitos e do stress, é um lindo dia.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

De novo ele


De novo preciso registrar alguns fatos vivenciados com meu pequeno Luigi no dia de ontem. Celma, nossa secretária aqui do lar, não passou muito bem. Por alguns momentos, foi acometida por uma crise de tontura e vômitos. Teve de se deitar repousar na cama no quarto de hóspede, enquanto eu lhe buscava um copo d´água.


Enquanto isso, percebi a agitação do pequeno cãozinho. Não sabia se ficava ali com ela ou se me seguia, como costumeiramente ele faz. Oscilou entre a fidelidade que ele me devota, o que compreende me seguir por onde quer que eu vá como uma pequena "sombra" e consolação de alguém que estava em prantos. Sim, porque ele entendeu que havia algo diferente acontecendo. Fato é que ele se pôs a lamber o rosto dela e lhe doou um pouco de carinho naquele momento de súbito mal-estar. Com toda a sua pequenez e fofura, ele optou por consolá-la assim como já o fez tantas vezes comigo.

Fiquei orgulhosa do me "bebê". Só uma criatura tão meiga poderia doar tanto carinho gratuitamente, sem exigir nada em troca.

Quem disse que os cães não tem sentimentos?

Quem ousaria dizer que os cães são animais irracionais?

Abençoado seja você, Luigi!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eu sou um sudoku, nível infinito, de solução impossível!

Hoje, vou postar até não poder mais. Quero consumir todos os bytes possíveis para aplacar esse sentimento tão estranho com o qual tenho que conviver no dia de hoje.

Olha frase poética e verdadeira:
"Afinal de contas, somos o que fazemos para mudar o que somos." (Eduardo Galeano).


Eu concordo plenamente com ela. Deveria escrever um cartaz bem grande com essa frase e colar por todos os lugares onde passo.
Mas, é díficil mudar, mover algo. Sobretudo a gente mesmo.

Veja bem: eu não gosto de estar aqui, nessa merda de situação que estou. Isso deveria ser suficiente para me mover. No entanto, não estou me esforçando para mudar isso. Eu nada faço!

Conclusão lógica: se somos o que fazemos para mudar o que somos, eu não sou nada, nem ninguém, como disse há alguns posts atrás.

No fundo, no inconsciente, acho q me acostumei a viver assim. Me acomodei. Mais do que isso: preciso conviver com esse desconforto que a situação gera, com essa sensação de culpa por ser inerte, porque, de alguma forma, tudo isso me dá prazer. Que coisa mais sadomasoquista!

O que se passa na minha cachola não é mto racional, nem lógico. É mais um daqueles quebra-cabeças da psique, mais um desafio para Freud, Jung e toda uma junta médica!

Eu sou um sudoku, nível infinito, de solução impossível!

Melhor definição sobre minha pessoa que eu consigo imaginar nos últimos tempos!

It sucks to be me!


Olha, nem rindo tá dando para me suportar! It sucks to be me! Que merda!


Desculpem-me os leitores desse blog, mas já disse uma porção de vezes que isso aqui funciona como uma terapia, um consultório psiquiátrico on-line. Este é diário de bordo dessa fase cinzenta da minha vida, um registro de experiências antropológicas relacionadas à depressão. Então, com sua licença, vou descer o cacete aqui!


À vezes cansa ser eu mesma. Por que tudo é tão difícil?


Vocês já sentiram uma sensação de incômodo onde quer que estejam?! Hoje está muito difícil lidar comigo mesma, pois não sinto paz em lugar algum. Parece que nenhum lugar da face da terra é capaz de me abrigar no dia de hoje....


Quero sair, passear, zanzar por aí, olhar as coisas, as pessoas, as vitrines, mas só de pensar em sair de casa dá um medo, uma repulsa, sei lá. Por outro lado, quero ficar aqui no meu quarto, mas está me fazendo mal ficar dentro dele. Está sufocante aqui dentro! Já viram essa: quero ir, mas quero ficar onde estou?!


Quero estudar, mas não consigo. Estou hipnotizada por essa merda de pc, clicando a cada 2 segundos em atualização de emails, de blog,... Faço buscas no google, abro e fecho janelas, mas não sei ao certo o que tanto eu procuro. O que tanto eu espero. O que tem me matado e roubado a minha paz. O que me angustia.


Tenho sono. Só sono. Tenho vontade de dormir e acordar descansada, coisa que raramene tenho conseguido. Às vezes tenho vontade de dormir e nunca mais acordar. Parece que meu corpo anseia por um repouso sabático e eterno para que eu encontre essa paz.


Tá vendo. It sucks to be me! Cansa minha beleza ser eu mesma !
Talvez se eu me mandasse para PQP sentiria algum alívio!

As melhores frases de Homer Simpson - Parte I



Já que tá difícil, vamor rir!

Vamos nos deliciar com as pérolas do maior pensador contemporâneo: HOMER SIMPSON! O fato de ele ser americano não é mera coincidência!


O melhor de tudo é que de uma maneira patética e até de certa forma crítica, le é o espelho da nossa sociedade internáutica e "moderrrna" em decadência!



"Se algo é difícil de fazer, então não vale a pena ser feito"


"Tentar é o primeiro passo para o fracasso"


"Existem três frases curtas que levarão sua vida adiante: 'Não diga que fui eu', 'Oh, boa idéia chefe' e 'Já estava assim quando cheguei'" - Vou aplicar essa aqui imediatamente!


Homer, depois dessas, eu me aventuraria a escrever livros de auto-ajuda!


"A culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser"


"Bart, com US$ 10.000 nós seremos milionários. Nós poderíamos comprar todo tipo de coisas úteis como… amor"


"As respostas para os problemas da vida não estão no fundo de uma garrafa. Estão na televisão"


"Sair de casa para quê? De qualquer forma, vamos acabar voltando para casa"


"Não pode se culpar constantemente. Culpe-se só uma vez e vá em frente"


"Marge, lembre-se, se algo der errado na usina, culpe o cara que não sabe falar inglês"


"Bem, ele pode ter todo o dinheiro do mundo, mas tem uma coisa que ele não pode comprar... um dinossauro"


"Eu não estava mentindo. Estava escrevendo ficção com a boca"


"Filho, quando você participa de eventos esportivos, não importa vencer ou perder, e sim o quão bêbado você fica"


"Por favor, não me levem, eu tenho mulher e filhos... levem eles"


"Lisa, vampiros são faz-de-conta, como elfos, gremlins e esquimós"


"Quando eu vejo os sorrisos nas faces das crianças, eu sei que elas estão aprontando alguma coisa"


"Pai, você fez um monte de coisas maravilhosas, mas você é um cara muito velho, e gente muito velha é inútil"


"Operador, me dê o número do 911"


"Eu não sou normalmente alguém que ora, mas se você estiver aí em cima, por favor me salve, Superman"


"Por que eu tive que nascer pai?"


"Álcool, a causa e solução de todos os problemas"


"Cale a boca pensamento, ou te enfio uma faca"


"É melhor ver coisas do que fazer coisas"


"Donuts! Há alguma coisa que eles não possam fazer?"


“Bom, esse quadro realmente mostra aquilo que parece ser”


"Olha aqui seu robô idiota, ninguém acaba com as férias da minha família. Só eu, ou talvez meu garoto"


"Ele já sabe como gosto do meu drink: com muito álcool"


"Por que coisas que só acontecem com idiotas, acontecem comigo?"

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Impressões



"(…) E ninguém é eu, e ninguém é você.
Esta é a solidão (…)"
Clarice Lispector


Tenho a impressão de que não sou ninguém... Ser ninguém é paradoxal. Mas é assim que sou. Tenho que levar no lombo esse peso. O peso da "paradoxalidade", se é que essa palavra existe...

Essa impressão se confirma anda mais quando penso que não tenho um emprego, não tenho dinheiro que ganho com meu suor, sou sustentada, nao consigo alcançar meus objetivos...

Tá, eu não julgo as pessoas por esses critérios, mas sou constantemente peneirada por eles. Não tem como fingir que eles não existem. E me incomodam. E como me incomodam....

Onde foi que me perdi? Quando foi que de alguém passei a ser ninguém?!

domingo, 4 de outubro de 2009

Ação X Reação




Típico post de um domingo à noite: bem nostálgico e lamentoso.... Talvez seja a sensação de segunda-feira, de recomeço de um ciclo que nos traz à memória essas idéias existenciais. Enfim, não quero conjecturar sobre os porquês de estarem essas idéias em minha cabeça nesse momento; quero apenas falar um pouco dessas idéias...


Dizem por aí numa canção: "Não quero minha vida igual a tudo o que se vê por aí". É legal essa idéia; também tenho esse desejo em mim. Mas sinceramente não tenho alcançado forças para mover a realidade ao meu redor.


Estou um pouco cansada, anestesiada, apesar de toda indignação pungente em mim. Tenho visto minha vida ultimamente como uma sucessão de ações - reações... Assim: a vida age, faz as manobras, dá os golpes e eu tento reagir. Sim e quando dá, porque, na maioria das vezes, tenho sido levantada pela correnteza da vida em um velocidade estonteante. Estou cansada das ribaceiras da ação e da reação que me conduzem a esse mar que insiste em me afogar. Estou cheia de feridas e o meu corpo dói.


Queria ter um pouco mais de proatividade para traçar minhas metas e cumpri-las. E assim imprimir um rumo à minha vida que seja um pouco mais agradável, um pouco mais leve e prazeroso.


Quem sabe assim não me lamentaria tanto!


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ando tão à flor da pele...



"Ando tão à flor da pele

Qualquer beijo de novela me faz chorar

Ando tão à flor da pele

Que teu olhar "flor na janela" me faz morrer

Ando tão à flor da pele

Meu desejo se confunde com a vontade de não ser

Ando tão à flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final...


Barco sem porto,

Sem rumo, sem vela

Cavalo sem sela,

Bicho solto,

Um cão sem dono,

Um menino, um bandido

Às vezes me preservo,

Noutras, suicido!

(...)"


Composição: Zeca Balero


Ando exagerada nos meus sentimentos de forma geral. Por isso penso que essa música é a trilha sonora desse meu momento. Exagerada como ela só! Depressiva como eu!

Pois é, como diria Caetano, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é! Eu sei muito bem!

Sensibilidade à flor da pele ou Exagero?


Começo a escrever esse post sem saber muito bem como articular as palavras. Sem saber como explicar muito bem essa situação...

Parece um pouco insano dizer isso, mas acho que sinto uma ponta de ciúmes do meu cachorrinho. Normalíssimo seria dizer que me sinto assim em relação ao meu namorado, à minha mãe, etc. Sim, mas não vim dedicar esse post a esse tipo de ciúmes. Não, não se trata se um equívoco ou de um lapso: falo do meu cãozinho mesmo.

Luigi é um yorkshire fofinho, com uma pelagem bem preta, caramelo nas extremidades e azul aço na cabeça. Ainda é filhote: tem apenas 6 meses. Ele chegou em casa com pouco mais de 1 mês. Graças às minhas lágrimas! A solidão e a carência que consumiam naquele determinado momento me fizeram resgatar esse velho sonho de infância. Voltei a ser criança e me deram um cãozinho e um quadro, como disse um amigo meu, comentando esse fato.

Pois bem. Desde então, cuido dele.
Noites indormidas ou mal dormidas tentando consolá-lo no início, quando foi desmamado da mãe biológica e ainda hoje quando ele se encontra irriquieto com a uivação dos cães da vizinhança.
Paciência ao ministrar a papinha, de modo que ele aprendesse a comer esse tipo de alimento e depois também, cuidado e dedicação ao preparar a "ração nossa de cada dia". E ainda quando ele morde a minha mão por causa dos dentinhos nascentes ou quando ele quer chamar a minha atenção...
Coração que saltava a boca toda vez que ele se arriscava a pular de um lugar mais alto e quando ele aprendeu a subir/descer escadas.
Tempo investido em certo adestramento, de modo a ensiná-lo a fazer suas necessidades minúsculas no lugar certo (apesar que isso não adiantou de nada... ai, ai).
Orgulho e felicidade ao ver a mudança que ele operou na minha casa: ele cativou a todos, até mesmo quem não o queria, com suas lambidas, com seus chamegos, com o modo de ele pedir que lhe façam cafuné..... Até mesmo com a festa que ele faz (seguida de um xixi de emoção) toda vez que chegamos em casa!
Emoção ao vê-lo ali comigo, sentado/deitado, me esperando enquanto eu tomava banho ou fazia qualquer outra coisa em razão da qual não podia dar-lhe muita atenção. E todas as vezes que ele me segue, correndo, como se fosse uma "sombrinha" minha.... Ou ainda quando eu choro e ele lambe meu rosto....
E, principalmente, a lambida gostosa com a qual ele me desperta todas as manhãs. Sim, ele se acostumou a dormir na minha cama, aninhado comigo, enrolado no seu cobertorzinho. E todos os dias sou despertada por ele. Quando não, sei que abrirei os olhos e ele estará ali deitado, de orelha em pé, esperando que eu levante para lhe fazer festinha!

Enfim, há tantas outras coisas que poderia dizer, mas, em suma, sinto-me como um mãe e tenho-o como um filhinho. Que achem ridículo e tirem sarro de mim, mas ele tem todo o amor, carinho e dedicação que eu ministraria a uma criança humana que saísse do meu ventre.
Porque eu dedico a ele o carinho e a atenção da realização de um sonho. Eu o afago como se ele fosse um doce desejo de infância.

Pois é. Ultimamente, percebo uma mudança nesse doce comportamento dele. Ele já não me espera com tanta paciência enquanto me banho, enquanto durmo... E na noite de hoje, arranhou tanto a porta que eu tive de abri-la para deixá-lo sair do quarto. Ele quer zanzar pela casa, aninhar-se na cama dos "avós", que lhe estragam com toda a sorte de mimos e alimentos impróprios para cães (argh), apesar das minhas constantes advertências.

Levantei-me no meio da noite e ele não estava ali. Tateei a minha cama no escuro, como um cego a procura de seu cão-guia e nada encontrei. Chamei baixinho o seu nome. Andei pelas redondezas do meu quarto. Nada de encontrá-lo. Fiquei chateada, indignada, chorei....

Ao vê-lo essa manhã, fui-lhe indiferente. Fiz um pequeno sermão e disse que arranjaria outro cachorrinho. E o vi abaixar a cabecinha e nos olhinhos dele a tristeza, como se ele admitisse seu erro. Os cães entendem e sentem tudo!

Como é que uma criaturinha pode mexer tanto com a gente?
Será que não lhe dou a atenção e o carinho suficientes?
Tenho sido muito rígida?
Será que ele se tornou um adolescente rebelde que pretende literalmente deixar o "ninho materno"?
Será que sou ciumenta demais?
Sensível demais?
Louca demais?
Ou estavam anteriormente meus sentimentos suficientemente entorpecidos?
Ou talvez seja uma exagerada por pensar e conjecturar sobre essas coisas, pos afinal ele é só um cãozinho, um animal irracional...

Não tenho respostas para essas perguntas.
Só resta aqui no meu coração a tristeza por ter a sensação de me "distanciar" dele...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

I wish




Desejo ...

Menos lamúrias, menos amargura, menos suscetibilidade às palavras duras e críticas!


Desejo...

Mais garra, mais força, mais determinação, mais equilíbrio e maior aceitação dos caminhos que Deus prepara para mim!


Sendo assim, terei um arsenal de guerra completo!


domingo, 27 de setembro de 2009

Mutiple-faced Girl: de tantas mil maneiras que eu posso ser, estou certa que uma delas pode te agradar. Ou não!



Achei essa frase perfeita. Ela combina com minhas teorias sobre o ser picasseano, exceto pelo fato de que não existem apenas 2 metades picasseanas, mas inúmeras. Se isso te parece ilógico, volte um pouco nos posts mais antigos que você verá a demonstração dessa teoria!

Compartilho com vcs:


"If I were two-faced, would I be wearing this one?"

Abraham Lincoln



Qual face ou qual metade picasseana está predominando em mim?

Há a metade "AMOR";

Há a metade "ATRAÇÃO";

Há a metade "SEDUÇÃO"....

Essas batem de uma maneira muito forte e me consomem. Quisera eu ser consumida assim pelo resto da minha vida!!!!!! Ui !


Mas, noto também a presença da metade "CRÍTICA" e da metade "SÁTIRA". Aliás, de uma maneira muito forte.


O prazer de contestar as coisas que me são ditas, as idéias que me são transmitidas, as formas de viver que me são contadas. Simplesmente não me conformo com isso.


É, sou a sempre velha inconformada de sempre.... Não tem jeito mesmo... Não adianta querer me livrar dessa "metade", porque acho que definitivamente ela faz parte da minha essência. Para o bem e para o mal. Unidas até a morte!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sou errada, sou errante, sempre na estrada ...

Eu amo essa música e, por ela representar um pouco do que atualmente vivo em relação à busca do meu lugar (profissional) no mundo, vou brindar os parcos leitores desse blog com essa letra:



"Nada sei dessa vida

Vivo sem saber

Nunca soube, nada saberei

Sigo sem saber...

Que lugar me pertence

Que eu possa abandonar

Que lugar me contém

Que possa me parar...


Sou errada, sou errante

Sempre na estrada

Sempre distante

Vou errando

Enquanto tempo me deixar

Errando, enquanto o tempo me deixar...


Nada sei desse mar

Nado sem saber

De seus peixes, suas perdas

De seu não respirar...

Nesse mar, os segundos

Insistem em naufragar

Esse mar me seduz

Mas é só prá me afogar...


Sou errada, sou errante

Sempre na estrada

Sempre distante

Vou errando

Enquanto o tempo me deixar

Errando, enquanto o tempo me deixar..."



Nada Sei (Apneia)
Kid Abelha

Composição: Paula Toller/George Israel


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Trem da vida



"Ninguém avança pela vida em linha recta.

Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário.

Por vezes, saímos dos trilhos.

Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos vôo e desaparecemos como pó.

As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar....."



Henry Muller




Frase acertada, certeira e verdadeira....

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Confissões de uma inconformada



Pedirei licença para usar meu blog como confessionário. Quem não tiver vocação para atuar como padre, por favor, que me dê licença... Afinal, parece que aqui é um dos poucos lugares onde posso expressar minhas opiniões e sentimentos sem a sensação de censura constante....


A confissão que preciso fazer é acerca de discursos e discussões saudáveis e produtivas.


É incrível como as pessoas não querem discutir o sistema. Pessoas ordinárias são dogmáticas; elas não gostam da zetética.

Por isso, parece ser uma grande heresia questionar qualquer fundamento de nosso sistema para algumas pessoas. Digo isso para pessoas de minha família, que são sangue do meu sangue.


Não se pode discutir sistema educacional; não se pode falar sobre quão deploráveis são certas universidades particulares, mais preocupadas em auferir renda do que propriamente em formar um profissional.


Não se pode mencionar que UNIVERSIDADE, no seu sentido originário e verdadeiro, não é destinada a qualquer pessoa. Como se todo mundo gostasse de estudar, se aprofundar, fazer análises e digressões. Se nem na Europa o é, por que aqui haveria de ser diferente? Podem achar muito politicamente incorreto, pouco democrático o que estou dizendo, mas é a pura verdade. Encaremos os fatos.


Não se pode mencionar que novidades acadêmicas são transportadas para o nosso sistema tupiniquim sem a menor adaptação! É pecado bradar contra as cotas raciais; contra os MBAs, blá, blá, blá.


É pecado dizer que você não se conforma com esse sistema de coisas. Aqui vou muito além de uma análise de sistema educacional. Vou contra essa merda de capitalismo. Podem achar que esse discurso está muito batido, que virou chavão... Não me interessa, pois é o que verdadeiramente eu sinto: um inconformismo diário em relação a um mundo em que pessoas são medidas pelo que têm, pelo que ganham, por quanto podem gastar, pelo tanto que consomem.


Estou cansada de pensar em mim como um número, um investimento que meus pais fizeram. Se der resultado (no caso, se passar no concurso), valeu; se não, foi dinheiro e tempo perdidos.


Estou cansada de ver por aí uma concepção totalmente equivocada de Cristianismo: o Cristianismo como um jogo de tudo ou nada. Se você fizer tudo certinho, ganha "céu", vida eterna, salvação; se não, peeeerdeu, meu irrrrmão... Condenação e chamas para vc, falou?! Como se o Cristianismo pudesse ser pensado segundo os parâmetros humanos, de ganhar ou perder; como se o AMOR não fosse o pilar do mundo espiritual.....


Quanto vale o tempo para você?
Quanto vale o AMOR?
E as pessoas, valem? Qual é a medida das pessoas?



A par do teor dessas reflexões aqui lançadas, o que mais me espantou foi a voracidade com a qual expus muitas dessas idéias. Faíscas cripitavam nos meus olhos e um pouco de insanidade embebia minhas palavras, gestos e reações. Uma insanidade leve misturada à ironia, ao sarcasmo e ao humor infame... Uma combinação explosiva, caríssimos.

Já se sentiram assim alguma vez na vida? Vocês não têm a impressão de que a loucura mora bem perto da paixão por alguém, por idéias, por discursos? É, pois eu diria que são quase vizinhas... Mais do que isso: devem ser irmãs.

A minha atitude chocou aqueles que estavam assentados àquela mesa. "Todos acharam horrível o que você disse", me disseram depois. Mas penso que cumpri meu propósito: eu queria mesmo chocar, dar um grito de inconformismo, expôr minhas idéias por mais insanas que elas pareçam.

Conjecturando:
Talvez isso seja um sintoma de desequilíbrio mental...

Ou talvez tenha sido apenas um desabafo. Alguns quebram pratos, copos, vasos; eu, porém, tentei quebrar paradigmas...

Quem sabe seja sinal de uma maturidade que aflora...
Ou talvez seja prova de que eu não cresci... Que a adolescente que não manifestou sua rebeldia no tempo adequado o fará serodiamente....
That´s it, folks!
Agora, peço a absolvição dos meus pecados!

No palco da vida


No palco da vida, sou uma atriz de atuação oscilante.

Ora uma dramática atriz vivendo cenas pungentes; ora uma comediante, buscando arrancar gargalhadas com minhas infames sátiras.

Ora uma mocinha, vivendo e sonhando o seu mais belo e puro amor; ora uma mulher, amargando em raiva, indignação e outros sentimentos não muito positivos.

Às vezes, posso me fazer de cenário, o mais discreto pano de fundo, como telespectora da minha própria vida.

Por vezes, assumirei um papel coadjuvante nesse palco, agindo timidamente, sem muito entusiasmo.

Mas, no mais das vezes, serei a protagonista, errada e errante, com bom ou mau humor, na minha melhor ou pior forma, tentando seguir como um produto da mescla de todos os papéis anteriores.

Oh yeah, the show must go on....
Agrade a quem agradar; doa a quem doer...

sábado, 19 de setembro de 2009

Alice e o Coelho



Tuas palavras me desafiam. Tua identidade a ser descoberta abala toda a estrutura do meu ser...
Teus olhos mexem comigo. Não sei explicar direito qual é o componente mágico que há neles.
Vivemos os mesmos ou semelhantes dramas. Estamos presos por eles. Mesmo que trilhando por caminhos diferentes.

Há um mistério pendente nisso tudo, irrigado por uma força mental extraordinária. Há um fio que parece invisível, porém sabemos a força que ele tem: é tão grande que nada, nem ninguém conseguirá apagar nosso mundo escrito. Nosso dicionário peculiar.

Há coisas que somente nós conhecemos um do outro. Entendemos um ao outro perfeitamente. Até mesmo pelo silêncio. De fato, ALL WE NEED IS LOVE! Não acha?

Parecemos Alice e o Coelho. Como Alice, sigo um intrigante, porém , atrativo coelho....Mesmo sem conhecê-lo muito bem, sigo sem saber onde vai dar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Amor segundo Khalil Gibran


Então, Almitra disse: “Fala-nos do Amor”.

E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão, e um silêncio caiu sobre todos, e como uma voz forte, ele disse:

“Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando eles vos envolver em suas asas, cedei-lhe,
E quando ele vos falar, acreditai nele.
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que ele contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda”.(...)Todavia, se no vosso temor procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez e abandonassem a eira do amor.
Para entrar no mundo sem estações, onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio, e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui e não deixa de possuir.
Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga: “Deus está no meu coração”, mas que diga antes: “Eu estou no coração de Deus”.
E não imaginareis que possais dirigir o curso do amor, pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo, senão o de atingir sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes de desejos, sejam estes vossos desejos:
“De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor;
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança”.


Khalil Gibran

0



Meu ponteiro de energia vital está marcando "0" hoje. Alguma coisa absorveu essa energia. Ou eu abri inconscientemente alguma fenda que possibilitou a fuga dessa energia. Tudo isso deve estar relacionado às discussões, aos sarcasmos, à eterna batalha familiar.... Com certeza.

No outro dia não consigo evitar que sensações terríveis me acometam:
Sinto um cansaço incrível. Falta de ar.
Minhas juntas doem.
Minha concentração está pior do que nunca. Déficit de atenção.
Abro milhões de janelas no pc, coloco livros na minha frente, tento fazer tudo ao mesmo tempo. Métodos de organização sem eficácia. Parece que estou imunizada a eles.
A depressão uiva dentro de mim....

Enquanto isso, sou "solicitada" a fazer diversas coisas. Coisas das quais não gosto e para as quais estou completamente sem paciência....

Entre uma e outra coisa, arrumo um tempinho para desabafar aqui. Sem muita pretensão de escrever palavras belas e agradáveis aos ouvidos de quem quer que eventualmente passe por aqui... Desculpem-me por isso, mas vocês sabem: essa é uma das minhas "metades picasseanas". Inevitável deparar-se com ela. Gostaria de senti-la em menor intensidade na minha vida, mas não tenho esse controle. Ao menos, conscientemente não....

Só uma coisa teria poder de me acalmar e quiçá curar esse mal-estar : estar em seus braços. Kind of magic...

Desejos


Andando pela feirinha hippie com você, nessa ensolarada manhã de domingo, fiquei pensando....

Gostaria de uma vida multicor como aqueles quadros...

Delicada e simples como pequenos artefatos, porém com a profundidade das tramas daqueles caminhos bordados ...

Que minha vida fosse repleta da "sabedoria" daquelas antiguidades... E que tivesse como trilha sonora as canções daqueles antigos LPs tocando num glamoroso gramofone...

Quero uma casinha simples, no topo de uma colina, com paredes coloridas... Vermelhas, rosa-índia e até mesmo com desenhos xadrez... E um quarto com paredes brancas e um teto azul noite cheio de lantejolas que imitem as estrelas...

Gostaria de viver nessa casinha e que desejaria que todos os dias da vida fossem domingos ensolorados ao teu lado...


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Muitas saudades


Hoje a saudade me consome. Por inteiro.


Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Andança



Não quero olhar para o meu passado e somente achar nele lamentações. Lamúrias e mais lamúrias da vida, das situações injustas, das sacanagens a que te submeteram, das decepções em relação às instituições e às pessoas. A uma certa altura da vida, gostaria de olhar para trás e me alegrar, de perceber que valeu a pena cada segundo de sentimentos tristes... Que passei por cada adversidade e sai vitoriosa. Aquela coisa de não sentir que a minh´alma é pequena e, portanto, tudo teria valido a pena, como diria Fernando Pessoa...

Mas às vezes isso parece impossível. Pareço estar numa areia movediça, daquelas que quanto mais eu mexo, mais afundo em mim... Em certos setores da vida, deixemos claro...

Eu desejo ser mais forte, ou melhor, recuperar a fortaleza que um dia existiu (ou pensei existir) em mim.

Eu desejo ser menos suscetível às palavras de desestímulo, à pressão, à cobrança...

Desejo saber onde e quando foi que deixei de acreditar que meus sonhos eram possíveis...

Quanto foi que me tornei uma andarilha pela estrada da vida, sem rumo, sem direção, sem saber como e onde ir?

Por outro lado, sinto que foi preciso me perder para começar a me reencontrar. Isso é o mais louco na vida...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ode ao passado e às ^suas reminiscências no presente.




"O passado é um labirinto e estamos nele, um passado não tem cronologia senão para os outros, os que lhe são estranhos. Mas o nosso passado somos nós integrados nele ou ele em nós. Não há nele antes e depois, mas o mais perto e o mais longe. E o mais perto e o mais longe não se lê no calendário, mas dentro de nós".


Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'



Digo o seguinte: não sou lá grande coisa, mas eu sou quem sou por conta do que já vivi. Momentos bons, muito bons, excelentes. E também os maus momentos.


Houve um tempo em que estava em guerra com meu passado. Brigava, me debatia, me descabelava com coisas que poderia ter feito e não fiz, com coisas que não deveria ter feito e fiz e, sobretudo, porque as coisas tomaram esse rumo.


Hoje não. Estou em paz com o meu passado e em mim só restaram os elementos que me compõe, que se tornaram parte de quem sou. E o que sinto é uma imensa gratidão por tudo o que vivi e me fizeram sentir. Não fosse issso seria uma pessoa mais amargurada, mais amendrontada, mais fraca e não teria descoberto dentro mim o imenso manacial do amor.


Portanto, nada lamento e de nada me arrependo. Não sei se faria faria diferente se tivesse outra chance. Mas hoje, em paz e reconciliada, eu sigo em frente...


Eu preciso e quero caminhar.

Eu preciso e quero viver.

Porque Eu sou o Amor e ele precisa se renovar e se vivificar. A cada manhã. A cada dia. Semana após semana. Mês após mês. Ano após ano.

Aujourd`hui Ca Commence Avec Toi ....


Posso então cantar com convicção:

"Non Je Ne Regrette Rien

Non, Rien De Rien,

Non, Je Ne Regrette Rien
Ni Le Bien Qu`on M`a Fait, Ni Le Mal
Tout Ca M`est Bien Egal
Non, Rien De Rien,

Non, Je Ne Regrette Rien
C`est Paye, Balaye, Oublie, Je Me Fous Du Passe
Avec Mes Souvenirs J`ai Allume Le Feu
Mes Shagrins, Mes Plaisirs,
Je N`ai Plus Besoin D`eux
Balaye Les Amours Avec Leurs Tremolos
Balaye Pour Toujours
Je Reparas A Zero
Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien
Ni Le Bien Qu`on M`a Fait, Ni Le Mal
Tout Ca M`est Bien Egal
Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien
Car Ma Vie, Car Me Joies
Aujourd`hui Ca Commence Avec Toi "


Edith Piaf